Promessas

Ele prometeu

que nunca soltaria sua mão,

mesmo à distância,

onde os dedos nunca se tocaram.

Prometeu remar o barco,

ainda que o peso das ondas fosse demais,

mesmo que o barco fosse só uma imagem

em uma tela fria.

Ela era o raio de sol

que aquecia seu mundo frio,

Tudo era tão real quanto seus próprios segredos.

Ele tinha a chave

para o lugar mais íntimo dela,

um coração que ela abriu,

um corpo que ela ofereceu

sem um único toque.

Para ele, ela era um anjo, ou

quase, 99% luz, doce fantasia

Mas o 1%...

— um mistério, um risco, um abismo —

que só ele conhecia e acolhia,

aceitava-a como parte do encanto.

Uma conexão virtual,

feito de pixels e palavras,

onde promessas nasceram como labaredas em tempo frio

e se desfizeram no silêncio,

como o água jogada na brasa...

Ela disse que iria embora, um adeus...

e ele a deixou ir

ao partir sem olhar para trás.

Por onde andarão?

Bianca Baptista
Enviado por Bianca Baptista em 15/11/2024
Reeditado em 18/11/2024
Código do texto: T8197046
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