Promessas
Ele prometeu
que nunca soltaria sua mão,
mesmo à distância,
onde os dedos nunca se tocaram.
Prometeu remar o barco,
ainda que o peso das ondas fosse demais,
mesmo que o barco fosse só uma imagem
em uma tela fria.
Ela era o raio de sol
que aquecia seu mundo frio,
Tudo era tão real quanto seus próprios segredos.
Ele tinha a chave
para o lugar mais íntimo dela,
um coração que ela abriu,
um corpo que ela ofereceu
sem um único toque.
Para ele, ela era um anjo, ou
quase, 99% luz, doce fantasia
Mas o 1%...
— um mistério, um risco, um abismo —
que só ele conhecia e acolhia,
aceitava-a como parte do encanto.
Uma conexão virtual,
feito de pixels e palavras,
onde promessas nasceram como labaredas em tempo frio
e se desfizeram no silêncio,
como o água jogada na brasa...
Ela disse que iria embora, um adeus...
e ele a deixou ir
ao partir sem olhar para trás.
Por onde andarão?