GEMIDOS
Nas frases que tentava falar,
se encontrava com as falas
formando seu diálogo falava.
Mesmo sem poder tentava se declarar.
Demonstrava o seu amor,
Gemia ao declamar
pois a única forma que conhecia
era a de amar.
Nas tentativas de se comunicar,
mas não havia comunicação.
Era a única forma de expressar
com emoção.
Fazia o seu agir,
permitir que o outro se comunicasse
com o seu eu interior.
Expressou e amou, amou e falou.
Usou todo a sua força.
Ele era vendável de amor,
quase um amador,
traidor de si próprio.
Inventor e construtor,
de pontes de palavras.
Amava, e não só usava as letras,
usava os sons da alma e as expressões.
Amou, sentiu todas as sensações.
Forte palpitava o seu coração!
Não houve o entendimento,
nem compreensão.
Desistiu ele do amor,
decidiu se jogar de um paraquedas,
e não viver e nem amar.
Era o fim da sua peça de amar.
Os gemidos iam se esvaindo,
ecoavam e não havia nada ali.
E gemendo, foi morrendo,
tudo acabou, cessou.
Partiu e desistiu de amar,
será que era um ator da ficção ou da vida real , será o mesmo fraco ?
És a questão, até aonde é preciso ir,
para tocar um coração ?
Doou, expressou, deu todo amor.
E sem receber o que deu,
decidiu voar e cheio de vontade
se jogar e pousar na trágica
armadilha e não mais amar.
Inspirações Textuais Gil Paz