SAGRAMENTOS DE AMOR

O amor tão lindo em nós não acabou,

Mas ao mirar teus olhos, vejo a desconfiança.

A insegurança nas minhas palavras reflete outra mudança

Num coração de vidro que trincou.

Ninguém nunca me olhou como você me olhou.

Quis sempre manter em você a esperança

De que poderia ter em mim confiança.

Porém, por um instante de prazer, se quebrou.

Como fui egoísta por não entender tuas feridas,

Pois os homens já haviam te machucado.

E aquelas loucuras ditas eram só resultados

Dos traumas e traições que trouxeste de outras vidas.

Agora te tenho comigo, pequena margarida,

Como um passarinho numa gaiola aprisionado,

Triste e solitário, sem cantoria, por estar engaiolado.

Sonhou quando fugiu, mas foi apanhado em seguida.

Com promessas e juras de amor que te fiz,

E você, com seus filhotes, quis outro ninho,

Cheio de amor, fidelidade, respeito e carinho.

Tudo estava certo, mas por um triz.

Faltou a fidelidade para você ser totalmente feliz.

Seria tudo de novo; você ficou num redemoinho,

Enquanto eu me lamentava triste e sozinho,

Pedindo a Deus que você quisesse biz.

Quantas vezes uma mulher tem que sofrer

Até encontrar o amor e o respeito?

Quantos filhos têm que viver a violência desse jeito?

Empoderamento sem estrutura é falso poder.

Quantas mulheres terão que morrer,

Sendo elas mães, esposas, irmãs e filhas do sujeito?

Vem da criação ou vem do caráter individual o defeito.

Elas só querem amor e proteção para viver.