Não Me Deixe Só
(Adaptação da Música de Jacques Brel, Ne Me Quitte Pas)
Não me deixe só, não me deixe só,
Preciso esquecer, tudo posso apagar,
Esquecer os enganos e o tempo a vagar,
Os porquês que feriram o nosso amar.
Não me deixe só, não me deixe só, não me deixe só,
Vou dar-lhe pérolas da chuva, que cai onde o sol arde,
Vou cavar a terra até depois de minha carne,
Só para cobrir seu corpo de luz e claridade.
Vou criar um mundo inteiro, onde o amor será rei,
Onde o amor será lei,
E você, a majestade.
Não me deixe só, não me deixe só, não me deixe só.
Não me deixe só,
Vou inventar palavras e poesias,
Para que entenda o que digo, sem ironias,
E saiba tudo que em meu peito ardia.
Vou contar de amantes que um dia se deram,
E com os corações em chamas morreram,
Vou contar de um rei que perdeu seu lugar,
E que morreu ao não mais te encontrar.
Não me deixe só, não me deixe só, não me deixe só,
Pois já se viu o fogo renascer de velhos vulcões,
Ou de terras secas brotarem torrões
Mais férteis do que terras em perfeições.
E quando a noite cobre a terra de vermelho e negro?
Não me deixe só, não me deixe só, não me deixe só,
Não me deixe só, eu não vou mais chorar,
Nem vou mais falar, de longe vou te olhar.
Vou observar-te dançar, sorrir e sonhar,
Deixe-me ser a sombra da tua sombra,
A sombra da tua mão, daquilo que a ronda.
Não me deixe só, não me deixe só, não me deixe só.