Terra do coração

Meu coração é palco e picadeiro,

algema e mão,

é uma prece esquecida,

talvez, quem saiba, um facho de emoção,

um chão seco e pisado

a dor de um desviado abraço,

ou terra desocupada,

fermento de algum pão.

É ele, sim, uma terra visitada

por sôfregos amores inocentes

mas se faz água forte corrente

indo brigar com certo oceano.

E nele tudo é fermentado

e apesar de ser um pingmeu acuado,

agiganta-se e vai à praça

flertar e amar e ser amado

e o que lhe passar assustado não o assusta

e é esse meu coração meio pallhaço e meio musa

terra de amores encantados.