DESENCONTRO

Nos labirintos do amor, eu me perco,

Buscando em sombras a luz que se esvai,

A esperança dançante, um sonho terno,

Mas o tempo é cruel, e logo se vai.

Em cada olhar, uma promessa oculta,

Um toque efêmero, um instante vão,

As almas errantes, em busca de culpa,

Desenham no ar um frágil coração.

Por entre sorrisos, a dor se disfarça,

Despedidas marcam o passo incerto,

E no arco das risadas, a desgraça,

De um amor que foi, mas está perto.

O porto dos sonhos se enche de prantos,

Navegantes em busca de abrigo,

Mas as ondas da vida são tantas,

Que o destino se torna antigo.

Cada encontro, uma chama que arde,

Mas logo se apaga, como a brisa leve,

A saudade é um fardo da tarde,

E nos laços quebrados, o amor escreve.

Nos caminhos paralelos, perdidos,

Cruzamos olhares, mas nunca os temos.

E as promessas, como egos, feridos,

Deixam marcas profundas, que não entendemos.

A beleza da vida é feita de dor,

E na sinceridade das palavras,

Canta-se a tristeza, o riso, o amor,

Num ciclo eterno, onde tudo se agrava.

Assim sigo, entre lágrimas e risos,

Na busca incessante de um lar,

Um amor que perdura, sem improvisos,

Mas que, talvez, seja só um sonho a vagar.