Número 4
Acalma teu peito e dorme
Saia desse rio turbulento
Desça desse prédio tão alto
A vida em si já é precipício.
Acalma teu peito e dorme
Nada está garantido.
As palavras serão ditas a tempo
E esconder é onde mora o perigo.
Acalma teu peito e dorme
Silencie essa voz que grita
Que te bate, que te consome
Escuta seu coração, se guia.
Não há nada no universo
Que pese tanto quanto o tempo.
Há nas horas, em cada momento
Que não passa, a angústia.
Paciência para escolher as palavras
Espera o assunto, calma e sereno
Com amor tudo será revelado
E em breve terminará seu tormento.
Acalma teu peito e dorme.
Pois não é dia, nem hora, nem tempo.