Meu Querido Jatobá
Quando aqui cheguei ainda jovem, tinha meus poucos vinte e dois anos,
Esta cidade me acolheu de braços abertos e a ela me entreguei de coração,
Fiz desta cidade a minha cidade, o meu lugar preferido, minha referência,
Conheci no ano de 1984 a lagoa maior ainda em seu estado natural sem urbanização,
Hoje no centro da cidade ponto maior do turismo urbano/rural, linda como só,
Podemos dizer vida urbana e vida selvagem que convivem em harmonia,
Naquele tempo o Antigo jatobá ainda jovem como eu, jogava seus frutos na avenida,
Tão soberano que se submetiam a ele os peões que amarravam seus animais em sua sombra,
Cresceu em meio ao Trajeto da Avenida Filinto Muller ignorando os traçados de engenharia,
Não se dizia o número da avenida apenas falava-se na altura do jatobá e todos já sabiam,
Sempre foi marco histórico e referência de localização daquele local e identidade da cidade.
O tempo passou o Velho adoeceu e perderam suas folhas, seus frutos não se veem mais.
Seus galhos abertos e espetados para cima mais parecem braços pedindo socorro,
Suas raízes fincadas não mais tem vida, seu ciclo de vida chega ao fim.
Com certeza deixará saudades, e os que virão não mais o conhecerão,
O Jatobá que antigamente sombreava a avenida, tombado com o ronco de um moto serra.
Ficará na história da cidade e na lembrança de quem o conheceu até que estas desapareçam.
Enquanto a Lagoa maior antes suja e sem beleza se transforma na princesinha da cidade,
O jatobá soberano e cheio de vitalidade tomba para se transformar em história.