A C U R A
A cura não vem do esquecer,
mas do lembrar sem sentir dor.
É um processo, um lento florescer,
onde a memória se torna amor.
Cada lembrança, um passo adiante,
como um rio que flui, sereno e constante.
As cicatrizes, em vez de ferir,
são mapas que nos ensinam a seguir.
O tempo, aliado na jornada,
transforma a dor em sabedoria,
e a sombra, antes tão pesada,
se torna luz, uma melodia.
Lembrar é um ato de coragem,
é enfrentar o que nos fez chorar,
é dar voz à nossa própria imagem,
é permitir-se, finalmente, amar.
Assim, a cura se revela,
não como um fim, mas um recomeço.
Um ciclo que se entrelaça e se apela,
onde o passado é parte do nosso excesso.
E ao lembrar, encontramos a paz,
um abraço ao que já se foi,
e no coração, a certeza que traz:
a vida é um eterno vai e vem, um depois.
Então, não temamos o recordar,
pois a cura é um ato de amor,
é aprender a dançar com o mar,
é viver com a dor e ainda ter calor.