A Vida de Volta

A VIDA DE VOLTA

byJTorquato

CHEGANDO A SETUAGÉSIMA CURVA DA ESTRADA, NÓS OLHAMOS AO REDOR PARA QUEM ESTÁ NOS ACOMPANHANDO NESTA VIAGEM.

OLHAMOS PARA OS LADOS E PARA TRÁZ.

MUITOS JÁ NÃO ESTÃO LÁ.

A TRILHA SONORA DESAPARECEU,

NEM ONDAS DE RÁDIOS REPRODUZEM HOJE A MÚSICA QUE MARCOU MEU PRIMEIRO ENCONTRO NA PRACINHA COM SACOS DE PIPOCA À MÃO,

O PRIMEIRO DESAJEITADO BEIJO COM ELA RINDO DESTE DESACERTO DE BOCAS E DENTES.

MINHA PRIMEIRA CHUVA SOB A PROTEÇÃO DO TELHADO DA FARMÁCIA, NOSSA FARDA ESCOLAR MOLHADA E CABELOS PINGANDO, NOSSO SORVETE DERRETIDO À NOSSA MÃO ESQUECIDOS PELO OLHAR DIRETO E DEMORADO NÓS EM NÓS.

TENTO PEGAR SUA MÃO, QUE NÃO ESTÁ DO MEU LADO, NEM ATRAZ DE MIM.

ESTÁ NO CÉU.

TENTO VER SEU SORRISO MOLHADO DA CHUVA, E NÃO VEJO NADA A NÃO SER POEIRA DA ESTRADA, RESMUNGOS E RECLAMAÇÕES DOS QUE ESTÃO AO MEU LADO.

OLHO E NÃO VEJO NINGUÉM DA MINHA ESTRADA ANTERIOR

A MUSICA QUE ERA NOSSA, NÃO TOCA MAIS,

CERTAMENTE OS ARCORDES ESTARÃO GUARDADOS EM ALGUM LUGAR PARA TOCAR QUANDO DE NOVO, JUNTOS NÓS ESTIVERMOS.

EU VOU CAMINHANDO POR ESTE CAMINHO, AGUARDANDO ESTE DIA...

AMOR.