Espectro
Espectro, espectro que vagueias
Nas sombras frias da ilusão.
Que sonho ou ânsia mortal
Te esculpiu na dor da decepção?
Em que abismo do coração,
Em que céus de esperança finda,
Brilhou o amor que agora é cinza?
Que olhar ousou crer na tua vã paixão?
Que laços frágeis te envolveram,
E em que mãos foste moldado?
Que força ao fim te acorrentou,
Fazendo-te escravo do passado?
E ao ver-te enfim desfeito,
Em pranto ou risos sufocado,
Sorriu a vida em sua ironia,
Por ter o amor também te abandonado?
Espectro, espectro que vagueias
Nas sombras frias da ilusão.
Que sonho, que ânsia mortal
Te esculpiu na dor da decepção?