Incêndios

Sua valorização remete

À minha oração - que é pouca.

Quando diz que não,

Meu peito estremece.

Sequer entende, não?

Difícil largar de mão.

Queima, queima garganta!

Garganta, queime de paixão!

Seja esta incendiária!

Porque essa rotina diária

Trouxe contigo sua desgraça

E aí que rasga, e ai de mim!

A entranha entrelaça.

E ela me consome,

Essa chama não é viva.

Ó, avivamento da inquietude,

Paralisa, ah! Como paralisa...

E eu ainda estou aqui,

Apesar do cotovelo dolorido,

E apesar das chances de fugir.

Não dá! Foi consumado, marcado.

É difícil escutar: Eu tinha avisado,

Mas é mais difícil ainda

Amar-te como amiga,

Pois, por mais que doce palavras

E por mais que, a coisa toda mata

A palavra mata e tu é a culpada.

Que fogo desmate e que renasça

Já que seu toque é incêndio florestal

Me renove, minha doce incendiária.

Faça como faz com o bem de outros.

Não tenho receio de te deixar,

Tenho receio em te odiar,

Já que não posso te amar.