Ah! Encontrei o amor!
Ele estava lá
Deitado com a cabeça no travesseirinho da felicidade.
Que bobo ele é, gosta de esconde-esconde.
Às vezes fica atrás da pessoa amada,
Dentro do peito, pertinho do coração.
Em outras passeia pelas horas
E atrás da Lua encontra aconchego.
Nos parques, nos bosques, nas ruas,
Entre os homens da cidade,
Das mulheres do campo,
Nas crianças que estão a crescer,
No eclipse do Sol.
O amor desce do colo das mães
E atravessa o tempo devagar
Entre a distância dos olhos
E a ponta do polegar.
Brinca de pega-pega,
Primeiro encontro,
Primeiro beijo.
Em tudo é primeiro,
Esperto e brejeiro,
Caçoa da saudade,
Se esconde da tristeza,
Ama o belo e a natureza.
Inventa sonhos nas noites de chuva,
Sobe uma estrela,
Desce um anjo.
Prá que chorar?
Prá que chorar?
Logo passa!
E já passou...
O amor é a cura,
E dura,
Dura mais que a eternidade.
Até na saudade ele brinca,
Faz cócegas na memória,
Desperta as lembranças,
Coisas de adultos,
Coisas de crianças.
Ah, molequinho malvado!
Nostálgico, pragmático,
Mágico!
E ele estava lá
Com a cabecinha no travesseiro da felicidade
Olhando para o céu.
Mas não adormeceu
Porque amor, esse não,
O amor nunca dorme...