Coração em desalinho
Ah, os amores insanos!
Esses que vêm de repente, feito vendaval
Invadem a alma sem pedir licença,
Deixando a vida em desalinho.
Não são amores de calma, de sossego
Mas, de bocas molhadas, à meia-noite,
De mensagens apagadas e olhares
Que guardam segredos.
Amores que ferem o peito e fazem doer
Mesmo na lembrança, mas que ao contrário
Do que se pensa, não deixam rancor – deixam
Saudade, uma daquelas que arde o peito
Ao mesmo tempo, em que faz sorrir.
O amor insano é mesmo assim:
Não precisa lógica nem razão - basta um toque
Um riso ao acaso e tudo se incendeia. A vida
Vira sussurros de esperas, onde até a maior dor
Parece nem doer tanto assim. Viva, alma desatinada!
Esse amor que não cabe no poema e que convida
O instante, a deitar-se no gosto fugaz da eternidade.