Coração em desalinho

Ah, os amores insanos!

Esses que vêm de repente, feito vendaval

Invadem a alma sem pedir licença,

Deixando a vida em desalinho.

Não são amores de calma, de sossego

Mas, de bocas molhadas, à meia-noite,

De mensagens apagadas e olhares

Que guardam segredos.

Amores que ferem o peito e fazem doer

Mesmo na lembrança, mas que ao contrário

Do que se pensa, não deixam rancor – deixam

Saudade, uma daquelas que arde o peito

Ao mesmo tempo, em que faz sorrir.

O amor insano é mesmo assim:

Não precisa lógica nem razão - basta um toque

Um riso ao acaso e tudo se incendeia. A vida

Vira sussurros de esperas, onde até a maior dor

Parece nem doer tanto assim. Viva, alma desatinada!

Esse amor que não cabe no poema e que convida

O instante, a deitar-se no gosto fugaz da eternidade.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 29/10/2024
Reeditado em 29/10/2024
Código do texto: T8184821
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