DIA ONZE, ONZE DA NOITE
Toda vez que você começar a ler um livro
Sempre que chegar à página onze
Lembre-se que no dia onze de outubro
Dia do meu aniversário, dia que eu estava
Te escrevendo um poema, completa
Onze anos que você me deixou
Por conta disso, deixei para trás
Velhos hábitos que me acompanhavam
Desde os meus onze anos. Deixei de ler
De ver futebol, de ir na missa das onze
Onde confessava meu sonho de tê-la comigo
Das onze da manhã, até as onze da noite
E, das onze da noite até... quer dizer, tê-la
De dia e de noite. Toda noite. Mas, esta noite
Caí na realidade. Descobri que, embora você
Tenha me deixado, que eu tenha deixado
Tudo o que sempre quis, quis o destino
Que eu nunca deixasse de pensar em você
Nem de te escrever poemas
S. Paulo, 11/11/2011
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