Jaz

O que fora um canto no peito

Jaz ! Virou fumaça

E,

Ao longe, de nada e do nada, eu deito

Sobre o travesseiro de uma desgraça, já passada desgraça

Tudo engodo

Amor inexiste

Fico cômodo

porque,

Teu passado nada me deixou

E em nada consiste

Nem consistiu

Só iludiu

E mais: destruiu

Tua graça morreu

Perdão ? não sabes o que é

Jogastes só, em que deu ?

Malogrou uma vida

Fostes indevida

Vi de novo, tuas melenas

És das helenas

Pequenas

Quiseras um mecenas

Era o sonho

Da tua mãe madalena

Fracasso e rancor

Cobras-te de tua dor

Joguei-me adiante

Suportei e esperei

Até que cansei

De em mim ver o sofrimento

O descaso

O desprezo

Desprezo o teu nome

Teu codinome

Teu pronome

Me salvo no desdém

Vou, ainda, além

Longe de teu aquém

Salvar alguém

Pois...

que venha alguém...

Teobaldo Mesquita
Enviado por Teobaldo Mesquita em 29/10/2024
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