Lembra-te
Lembra-te de quando éramos jovens?
Nos amávamos e tínhamos sonhos tão doces...
Sonhos que só crianças podem ter,
De manhãs leves, de conquistas, paz e amor.
De nossas conversas ao pé do regato, com a grama tocando nossas pernas...
Das caminhadas nunca solitárias que tínhamos,
Como irmãos, dois namorados,
A serem felizes de mãos dadas...
Agora, tudo morreu.
Veja estas rugas que sobraram em nossas faces.
As cicatrizes de ter visto os sonhos desmoronando,
A tentar remendar os traumas com felicidades rasas.
Viu, menina, o que sobrou de nós,
Quando olhamos nosso reflexo num espelho?
Separados e detestáveis um para o outro?
Chorando lágrimas sinceras e doces, às vezes, no escuro quarto...
Lembrando dos dias que foram nossos,
Do sabor dos beijos...
E das tardes onde dois inocentes se amavam...
Morremos muito antes do último suspiro...