Tempos idos
Fotógrafo era o Seu Adelmo
Chegava com equipamento no ombro, pedalando sua bicicleta
Cumprimentava timidamente os presentes
Carne do Fumaco enrolada em papel plastificado
Maioria das vezes fígado de boi, um quilo ou dois de paleta se os trocos assim nos permitisse
Compras com alguma urgência "dava o pescoço" no armazém do Custódio, ou no bolicho do Sadi
Estragava a velha tv Telefunken levávamos no Pessota, se fosse mais grave ele encaminhava pro cientista no centro
Vereador se votava no Gibilino, ajudava soltar o cavalo que pastava em via pública
Rancho no mercado Damian, carregado nas costas, a descer todo santo ajuda
Melancias comprava do Celso loco da carroça, que avistava um conhecido na rua e gritava "olha a melancia, podre!"
Linguiça do Quidabã, mas perdeu a confiança da freguesia com o tempo e procedência do produto
Foi encontrado ossadas de cachorro no seu pátio
Pastel do Daniel, pipoca do homem da carrocinha
Picolé dos guri de rua com suas caixas, gritando picoleee
Descascava arroz no moinho do lado da capela Andrés, por uma porcentagem do produto
Personagens do passado dançando na nossa memória
Família pobre, mas rica de tudo que se precisa pouco dinheiro e muita criatividade
Em tempos bons e idos!