Tempos idos

Fotógrafo era o Seu Adelmo

Chegava com equipamento no ombro, pedalando sua bicicleta

Cumprimentava timidamente os presentes

Carne do Fumaco enrolada em papel plastificado

Maioria das vezes fígado de boi, um quilo ou dois de paleta se os trocos assim nos permitisse

Compras com alguma urgência "dava o pescoço" no armazém do Custódio, ou no bolicho do Sadi

Estragava a velha tv Telefunken levávamos no Pessota, se fosse mais grave ele encaminhava pro cientista no centro

Vereador se votava no Gibilino, ajudava soltar o cavalo que pastava em via pública

Rancho no mercado Damian, carregado nas costas, a descer todo santo ajuda

Melancias comprava do Celso loco da carroça, que avistava um conhecido na rua e gritava "olha a melancia, podre!"

Linguiça do Quidabã, mas perdeu a confiança da freguesia com o tempo e procedência do produto

Foi encontrado ossadas de cachorro no seu pátio

Pastel do Daniel, pipoca do homem da carrocinha

Picolé dos guri de rua com suas caixas, gritando picoleee

Descascava arroz no moinho do lado da capela Andrés, por uma porcentagem do produto

Personagens do passado dançando na nossa memória

Família pobre, mas rica de tudo que se precisa pouco dinheiro e muita criatividade

Em tempos bons e idos!

Paulo geovani
Enviado por Paulo geovani em 27/10/2024
Reeditado em 27/10/2024
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