LUZES DO ARREBOL

 

Não esqueço jamais

Aquele amor que se foi

No entardecer acinzentado

Do domingo de verão.

 

Partiu bem no pôr-do-sol

No cantar triste do sabiá

Na flor murcha do quintal

Esvoaçante temporal.

 

Foi-se simplesmente

Nas luzes do arrebol

Na tristeza do horizonte

Do silencioso anoitecer.

 

Despedida barulhenta

Chora a rosa na janela

Entristecida a poesia

Da saudade que restou.