COISAS DO AMOR

À meia-noite

atendi um telefonema.

Dizia coisas de amor,

flores de cactos

e atos obscenos.

Alô! Amor?

Te quero,

mas não te amo mais.

Cansei-me

dos sóis de verões

e das esperas nos cais.

Sem entender,

o telefonema

à meia-noite

tornou-se

um poema.

O poema é coisa viva,

espécie de encantos

e, também, desencantos.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 25/10/2024
Reeditado em 25/10/2024
Código do texto: T8181708
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