Solidão
Toda a vez que meus olhos se fecham
Instaura-se um silêncio em minha voz
Meus pensamentos não mais se coordenam
Pensando em você, lembro de nós.
Foi um olhar, apenas um
E já estávamos apaixonados, entrelaçados
Tínhamos sido pelo destino traçados
No recôncavo da luz e no mar de desejo, jogados.
Pergunto-me futilmente em como pode
O sono não vir e então não dormir
Acordado ficar, não sorrir
O sono não vem, não quer me possuir
Estou só, mesmo tendo você
Tenho-a apenas em meu pensamento
E com ele apenas eu passo a noite
De sonhos, de silêncio, de sofrimento
Até cultivo esta minha solidão
Ela é minha eterna e trivial companheira
Escrevo-a numa papel em branco a caneta
Sobre uma dor, minha tristeza.
É uma certa melancolia bucólica
Algo que penetra e fere sem dó
Não sei o porque me desperta este aperto
Sendo que sempre, vivi sempre só.