ROLETA
O universo
é uma roleta
não diga
fim
aos voos
além
dos limites
sobre
sóis leguminosos
O mundo é pouco
viver começa depois
dos jardins
atmosféricos
mulher
que te
quero
mulher
hoje
sem trombetas ou religiões
uma rã
sob o arco das auroras
anunciará
melhores dias
coaxando
que é como
se procede
no despojamento
despretencioso
No tanque de roupa
a luz era pouca
e sinistra
o sinistro clima
entre insetos doentes
e vampiros ocultos
entre musgo e roupa
lavada
sobre a borda
onde a cidade
estava amantoada
entre suor
e poeira
e cheiro de carne
dos abraços
(fevereiro de 1.980)