Imperfeição

Meu amor é constante, imperfeito,

Como a água que segue o seu leito,

Contornando as pedras em leve balanço,

Onde o coração encontra seu descanso.

Às vezes, ele é um turbilhão a crescer,

Na imperfeição do fluxo, me vejo a ceder,

Cascatas, cachoeiras em desenfreada sequência,

E o coração mergulha nas profundezas da sua ausência.

Meu amor se ajusta ao relevo incerto,

Corre nas areias do tempo, sempre desperto,

E em cada momento, segue avante,

Indiferente ao que foi, firme e constante.

Imperfeito, às vezes se perde, errante,

Ora estreito e raso, mas sempre vibrante,

Ora largo e profundo, a sonhar, deixando o tempo passar,

Sabendo que seu destino é se entregar ao mar.