Acabou
Às vezes, sinto aquela vontade quieta de te ligar, de te escrever, como quem não quer nada, apenas para matar uma saudade sem nome. Mas logo me dou conta de que, no silêncio, se esconde uma resposta que nunca virá.
E no vazio dessa espera, me perderei ainda mais, presa entre o desejo de ouvir sua voz e a cruel ausência que já tomou conta de tudo. Vácuo. É como se, nesse processo, eu deixasse de ser eu mesma. E então recuo.
O que houve entre nós, de fato, se foi. De um jeito abrupto e insano, sem despedidas, sem ponto final. Eu cansei, você também. Cada um seguiu para seu lado, deixando no ar palavras que nunca serão ditas.
E o que restou? Talvez um eco distante, uma foto esquecida na nuvem, uma lembrança que vagueia sem rumo.
Ainda sinto sua presença, tênue, como uma linha fina prestes a se romper. Você surge nas brechas dos meus pensamentos, um piscar de olhos que insiste em permanecer. E eu luto, todos os dias, para não pensar em você. Porque, afinal, acabou. Fiz a promessa de não te procurar, e preciso cumpri-la.
Mas então, sabendo que não tem jeito, por que não te esqueço? Por que não permito que o novo se aproxime? Que sentimento é esse que insiste em ficar, teimoso, resistente ao tempo?
Não quero mais. Deixo que vá.
Minha vida precisa seguir adiante. Espero, um dia, que o vazio que você deixou em mim deixe de existir. Que ele pare de me preencher, e que eu, finalmente, me liberte dessa ausência que você se tornou e me permita viver um novo amor.