Sóis de Novembro
Das tardes densas de outrora, daqueles dias de sombra, se foram.
E nas manhãs de Novembro, eu vi o brilho do sol.
Findou a primavera, todavia, um floral de amor bem persiste.
De luz e lábios de mel, tú entrastes, num coração que é só teu.
Perdi de vista a tristeza, a teia escura que prende, o desânimo mortal.
Escapuliu do casulo, da crisálida abatida, e fez se bela a vida.
Era tempo de ruir, o castelo e seus fantasmas.
Do mórbido jardim, brotou flores sem medidas.
E como um céu e anjos tantos, vi uma deusa de amor.
Rasgou meu céu e manto negro, me pôs em pé, farol de luz.
Oh, deusa e musa de meus sonhos, não me acordes já, tão já.
Se adormecer é te amar, na morte és meu paraíso.
Das tardes densas de outrora...
João Francisco da Cruz