Cinestésico

O amor é uma aberração

pedaços de corpos entrelaçados

almas que se misturam no úmido dos lábios

o cio humano.

A necessidade irrenunciável e insaciável de se investigar os

limites do corpo

entender até onde é possível.

O quanto se entregaria para matar a fome?

Tudo!

Sou vassalo de meus mais indecorosos sentidos

o corpo imenso dobrado na curvatura da terra

um oceano que se abre entre pernas

orvalho no jardim das flores... (e tenho sede)

converteria o Pacífico em sertão.

Eu tenho olhos e vejo

o coração acelerado, ávido por sentir o sabor das estrelas

o horizonte é aqui em meus braços

Veludo.

Incenso.

Algodão.

Eu sou escravo de Minha Senhora

eu estou morrendo lentamente

eu sou a sede de sangue que escorre dos lábios vampíricos

eu sou a noite que envolve a lua

eu desejo.

intensamente!

Álvaro Duarte
Enviado por Álvaro Duarte em 16/10/2024
Reeditado em 16/10/2024
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