Crônicas de um espelho
Você sempre para em minha frente,
Hora maquiada, hora de cara amassada
Veste peça por peça, do jeans a saia rodada
Dispondo o cabelo com um belo pente.
Sou apenas vidro, sem o dom de falar
Mas como reclamar de uma vida assim?
Se quando tenho teu reflexo em mim,
Me transformo na peça mais bela do lar
Uma coisa eu devo confessar:
Assistir você, passando batom vermelho;
É o emprego dos sonhos de qualquer espelho
Pendurado à parede, desconheço a tristeza
Pois reflito a essência da pura beleza
O encanto que aqui, reside todo dentro de ti.