A Rosa de Sarom o Lírio dos vales

O meu amado é belo, qual lírio dos vales

Como a macieira florida no bosque o vejo

Em sua sombra me assento e descanso

Em seus olhos o brilho intenso do desejo

A voz do meu amado troveja e ruge

A mim se declinam os aromas suaves

Chama-me formosa, a alma refulge

Oh! Rosa de Sarom, lírio dos vales!

Levou-me ao banquete, flâmula do amor

Sustenta-me e embriaga a sublime taça

A mão esquerda sob a minha cabeça

E a mão direita me conduz e abraça

À chegada do meu amor, floriu o outeiro

Sim, o seu sorriso fez brotar as flores

As vides em flor a exalar suave cheiro

Formam a estação propicia aos amores

O meu amado é meu e eu sou dele

Em minha cama o busquei sem achar

Pelas ruas da cidade busquei aquele

Que despertou em mim o amor

Antes que refresque o dia e fujam as sombras

Irei ao monte de mirra e ao outeiro do incenso

Onde seu amor instiga e aos ventos zimbras

Pois, és a formosura em vida e o amor intenso

Minha esposa, manancial fechado, fonte selada

Os teus renovos são fortes, um pomar de romãs

Cada caminho me conduz a ti, ó minha amada

Frondoso descanso, flamejante flamboyant

Favos de mel manam seus lábios quentes

E as bênçãos de Deus os sonhos cobrem

Jardim que destila aromas e frutos excelentes

Tal é a minha amada ó filhas de Jerusalém

(Baseado em Cantares de Salomão).

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 14/10/2024
Reeditado em 14/10/2024
Código do texto: T8173343
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