Criança raiz
Descendo morro com carrinho de rolimã
Correndo atrás de bola de pano
Driblando guanxumas, e pedra de ponta
Na rua nosso estádio
Sola do pé resistindo ao impacto
Goleiras de chinelo de dedo
Pés descalços, rosetas afiadas
Kichute velho para jogo de fim de semana, amarrado na perna, seguindo a moda da época
Galopando velho cavalo, montado em pelo
Bulita, esconde esconde, pega pega, treinando gambetas para usar contra adversários do futebol
Quando chovia, stop, jogos de carta, trilha com dados
A tela da frente de casa servia de rede para o vôlei com bola de pano
Disputa acirrada entre irmãos
Noutras a mesma cerca era a goleira para as faltas, batidas do outro lado da rua
Infância boa passa rápido, não vimos os dias para, e de repente ela ficou no passado
Tínhamos uma vila toda a explorar
Só a fome ou a noite nos devolvia cansados e felizes para casa