Segredos
Naquele caminho haviam segredos; por esses segredos ela saia a caminhar todos os dias; eram as flores que ela colhia ao entardecer. Enfeitava com elas os fartos cabelos e refrescava os delicados pés no regato que, insistente, sinuoso e silenciosamente , corria por entre as brancas pedras de seixo, ali depositado pelo tempo.
Naquela enseada haviam segredos; por esses segredos o velho marujo aportava ali, na encosta da grande pedra; era uma pequena trilha pela qual ele, de tempo em tempo, subia para apreciar o caminhar de sua camponesa; era por onde a contemplava colhendo flores e banhando os pés...
O pôr do sol lançava sobre a baia seus últimos raios deixando sobre o convés do velho navio a silhueta de sua amada que do alto o acenava...
(O marujo e a camponesa)