dicotomia
eu te vi de longe,
na luz da noite
esboçando sorrisos
que nunca irei conquistar
e eu me pergunto se você sabe
que cada palavra sua
era um convite
que eu não sabia como aceitar
eu me perdi em suas histórias
como se o amor fosse um jogo
e você fosse o prêmio
que eu nunca irei ganhar
a liberdade puxou as cordas
como um vento forte
que nos fez hesitar
entre o desejo e a fuga
querer você era
um mar de possibilidades
mas querer ser livre
era a âncora que me prendi
a mesmo quando eu queria mergulhar
nós nos deixamos levar
pelo fluxo de um sentimento
que ardia e apagava como estrelas cadentes
que nunca chegaram a tocar o chão
eu ainda sinto sua presença em dias de sol
mas a preencho com sua ausência nos dias frios
vivemos pela dicotomia: intensidade e desapego
recíprocos na arte de não corresponder