A vida como existe, é tombo 

acidente e solo duro

corpo nulo

às peles que desejam poesia

às vestes que empenham alegria

a inteireza se apequena

aniquilada 

 os versos morrem

e se transfiguram à revelia poética 

a ética?

resta a bula de remédio 

talvez

por desejo de ainda existir

no desengano

algum encanto 

e a dor massacre, afora for

a roer as vestes

a engruvinhar a pele

dejetos, apenas

sem pena

 É a vida?

é o que fizeram dela

crua

a

f

u

n

i

l

a

d

a

esfumaçado, o tempo