DONA DE MIM
Como amo os puros e livres ares dessa prisão!
Onde as amarras a me prender, permitem passear pela ternura
Uma cela escura em que já não me vejo, desde que perdi meu coração
Um céu de amorosa paixão que me brinda nos beijos de sua fervura!
Bem vinda seja a cruz de todos os calvários requeridos
Porque imploro ao destino que jamais liberte minh'alma enclausurada
Quero abraçar todos os grilhões que por meus pulsos são queridos
Estes que já não me permitem um mundo livre de minha amada!
Quão grato sou às algemas que me unem a ti
Porque fiz um trato com cada estrela a compor o céu de teu olhar
Que somente entrelaçado à maciez de teus cabelos, me faria existir
E em troca lhe acresceria o brilho pelas sílabas de meu poetar!
Porque assim sou feliz, transeunte dessa esquina sem saída
Sinto-me preso a todas as liberdades que reservo em mim
Quando me prendo às trancas aveludadas de tua vida
Quando me lembra o calor de teus abraços, que és dona de mim!