O amor não é ser amado, é amar.
O amor não é ser amado.
Isso é apenas um degrau menor dessa força misteriosa.
Desejar ser amado é uma limitação que impomos ao Amor. É a face do receber, que aos poucos – ou rapidamente – nos transforma em um buraco sugador, eternamente insaciável, sempre carente.
O amor, em um degrau maior, não é ser amado, mas amar!
Amar é oferecer. É entregar. É não esperar nada em troca.
É estender a mão porque há algo a ser dado.
É o movimento da natureza, que coopera com todas as formas de vida.
É encontrar dentro de nós a fonte que jorra em abundância e doar essa água aos que têm sede.
É compreender que o rio que corre em direção ao mar é, na verdade, o próprio oceano.
Uma montanha não diz a outra: “Veja como sou mais alta.”
Em vez disso, ela toca o firmamento, elevando toda a vida ao seu redor, inclusive nossos olhos à altura do céu.
Uma árvore não diz: “Sou mais forte que você.”
Ela fortalece as raízes das suas irmãs, para que todas possam crescer juntas.
O lobo não proclama: “Sou o mais temível.”
Ele simplesmente cumpre seu papel e protege a matilha.
A primavera não afirma: “Sou a melhor estação.”
Ela floresce porque as sementes de outubro e o silêncio do inverno permitiram o nascer dos frutos do verão.
A natureza não é egoísta.
Ela não retém, não se centra em si mesma.
A natureza é generosa, sábia. Ela é vida. Ela é amor.
E o amor não diz: “Isso é meu.”
Ele estende a mão e diz: “Toma, somos iguais.”
Nossa alma, quando despida dos desejos egoístas, flutua naturalmente em direção ao Divino.
Quando entendemos que nossa essência é o amor, e que ele não requer moeda de troca, nos libertamos para amar verdadeiramente, nas alturas imensuráveis de um coração alado.
Quem ama não diz: “Preciso que me ames de volta.”
Esse desejo reflete apenas o próprio ego, que anseia por algo em retorno.
Quem ama, ama simplesmente. Generosamente. Doa-se por completo, sem escassez, sem necessidade, pois o amor se basta.
Quem ama, ama inteiro.
E, ao amar, reflete no seu coração o coração de Deus em todas as coisas.
O amor, em um degrau menor, é ser amado.
Mas o amor, em seu degrau maior, é amar.