"O RASO NÃO ME SEDUZ"
O raso não me seduz,
Nem a superfície que brilha,
Prefiro as profundezas,
Onde a alma se aninha.
As águas turvas do ser,
Mistérios a desvendar,
Em cada sombra, um saber,
Em cada dor, um cantar.
O raso é um eco vazio,
Um sussurro sem paixão,
Mas nas correntes do rio,
Encontro a minha canção.
A superfície é ilusão,
Um espelho que não reflete,
Mas nas camadas do coração,
A verdade se faz um afete.
Mergulho em sentimentos,
Na tempestade e na calma,
Navego em pensamentos,
E descubro a minha alma.
O raso é um convite ao tédio,
Um convite à superficialidade,
Mas eu busco o segredo,
Da profunda intensidade.
Por isso, não me seduz,
O raso, a leveza, o fugaz,
Prefiro o abismo, a luz,
Que brilha onde o amor é capaz.