Elogio desajeitado
Às vezes, meio sem jeito, eu te elogio;
Meus lábios balbuciam um termo vão…
Mas como descrever o desvario
Que é olhar nos teus olhos, tocar tua mão?
Pensando em ti, não sei o que descreva
(Dizer que és bonita é insuficiente).
Há um dilema compondo-me em trevas:
Confessar minha alma ou ser indigente?
Qualquer palavra é inútil neste intento,
Se tento buscá-la, encontro um fracasso.
Meu peito é órfão, faminto e sedento,
Que sob tuas asas quer achar regaço.
Um dia sonhei: um lençol de cetim
Sobre teu corpo lindo contornado…
Lembro que no sonho saltou de mim
Mais um outro elogio desajeitado.