Eu te amo
Quando me vierem as marcas
dos lábios teus
alegres a dizer-me que acabou,
morrerei por dentro,
chorarei o perdido intento de te amar,
pois não serão nos meus.
Correrei pro infinito
e findarei lá.
Romperei em meus braços o mar
num nado insano no intuito de afogar
lágrimas que teimarão em descer doidamente.
Atravessarei o oceano de inutilidades pungentes
e lamentarei esse amor da gente
que nunca existiu.
Mas ai,
basta-me ouvir de teus lábios um ai
para empenhar-me num nado sagaz
em regresso a esse cais,
essa marina onde aporta o amor.
Em tua presença,
outrora eu sozinho,
quando teus olhos derem-me lágrimas
por outro ser que negou-te carinho,
desgraçado que chamaste amorzinho,
dir-te-ei agora baixinho
num terno abraço,
teu ninho e regaço:
- Não chora tanto
que esse teu pranto
é mais duro que as cadeias de aço
que rompi pra te amar.
Eu sofro, me desgraço
mas vem pros meus braços
pois eu te amo.