Ode Edenica
Existo, Adão, da carne despregada
Do rijo flanco, teso, masculino.
D'onde antes fora parte indecifrada,
Incólume aos cortejos de teu imo
Assim, que lhe procuro e, inquietada,
Qual grã faz-se m'ia pele. O meu destino
Se um dia fora unir-me segredada;
Tão mais hoje é fugar-me deste exílio!
Tens pena em meu flagelo, abre-me os braços,
E encerra-me outra vez qual relicário,
Adão, pra que, serena em teu regaço
Floreie, eu, vosso idílio solitário
De purpurinos cravos que os enlaço,
Selando-nos ao cerne um só sacrário
--
Grã: coloração acarminada