Ode Edenica

Existo, Adão, da carne despregada

Do rijo flanco, teso, masculino.

D'onde antes fora parte indecifrada,

Incólume aos cortejos de teu imo

Assim, que lhe procuro e, inquietada,

Qual grã faz-se m'ia pele. O meu destino

Se um dia fora unir-me segredada;

Tão mais hoje é fugar-me deste exílio!

Tens pena em meu flagelo, abre-me os braços,

E encerra-me outra vez qual relicário,

Adão, pra que, serena em teu regaço

Floreie, eu, vosso idílio solitário

De purpurinos cravos que os enlaço,

Selando-nos ao cerne um só sacrário

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Grã: coloração acarminada

Raquel Minchetti
Enviado por Raquel Minchetti em 02/10/2024
Código do texto: T8165159
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