ENTRE A PAUSA E O AMOR
Você já sentiu
o instante em que o mundo, cansado, para?
Uma pausa sutil,
entre um respirar e outro,
onde até o silêncio se faz mais nítido,
e a vida, por um segundo,
parece despir-se de todo o peso.
É nesse intervalo breve
que o amor entra, sem fazer alarde.
Ele não bate à porta,
não grita, nem pede licença.
Como uma brisa que surge ao entardecer,
ele se infiltra — suave,
e, quando você menos espera,
já está todo envolto,
como o abraço que nunca se apressa.
Amar é coragem,
é despir-se diante do outro,
mostrar suas cicatrizes
sem medo do que virá.
Mas, veja,
o amor não conserta,
ele apenas acolhe.
Ele te faz inteiro,
mesmo com todas as suas partes quebradas.
E talvez,
quem sabe,
o perdão caminha de mãos dadas com o amor.
Perdoar é deixar cair
a bagagem que você carrega há tanto.
É se olhar com os olhos de quem te ama,
com a ternura que um velho amigo teria.
Porque o perdão,
no fundo,
não é para o outro —
é para você.
Ao perdoar,
você se liberta de correntes invisíveis,
que te prendiam à dor.
E, de repente,
a leveza surge,
como uma flor que brota entre o asfalto,
delicada, mas firme.
Há uma doçura em viver assim,
com leveza,
em perceber a ternura
nos gestos mais simples.
Um olhar demorado,
um sussurro ao pé do ouvido,
um abraço que, por fim,
não tem pressa de acabar.
A vida, tantas vezes tão densa,
tão cheia de exigências,
ganha novas cores quando você escolhe
a ternura em meio ao caos.
Não é negar a dor,
não é fechar os olhos aos desafios,
mas escolher,
com mãos firmes,
onde depositar sua energia.
E o que buscamos,
no fim,
é a paz.
Não a ausência de problemas,
mas a certeza de que,
apesar das tempestades,
há um canto em sua alma
onde tudo permanece sereno.
Essa paz,
essa quietude,
nasce do amor —
não só aquele entre os corações,
mas o amor divino,
que abraça a sua essência,
que te lembra,
em cada suspiro,
que você é suficiente,
exatamente como é.
Então, hoje,
permita-se sentir.
Permita-se ser tocado por esse amor,
deixe-o aquecer sua alma.
Porque, no fim,
tudo o que precisamos
é um pouco mais de amor,
um pouco mais de perdão,
e uma dose generosa de ternura.