Violão Quebrado

Sentir a tua ausência é como não ter mãos,

pois de nada me servem as que suporto

se não tenho as tuas para tocar ou teu rosto para acarinhar.

E de que me servem os olhos, se não te tenho para mirar?

Também não me servem as horas passando, se não te espero voltar!

Se a finalidade do espaço-tempo não for um beijo teu, qual é a razão de tudo o que há?

Qual é o propósito de ser manhã, senão para te fazer sorrir e me fazer sonhar?

Por qual razão cantam pássaros na floresta, se, no silêncio, você não os pode escutar?

A onda é o mar anelando escapar do oceano para te tocar.

A brisa é Gaia sussurrando amor por ti, pelo Céu, pelas Montanhas, pelo Mar.

Libertadora dos homens, sem escolha, feito escravo, sou levado diariamente à prisão que é te desejar,

sabendo que jamais serei objeto do teu amar.

Não sou tão ousado!

Eu sei o que sou para ti!

E sou muito pouco.

Não é por piedade que os senhores se apegam aos seus escravos.

O rio não cabe no mar.

Apenas te sou grato por existir e iluminar de cor os meus dias.

Seja o meu sol.

Álvaro Duarte
Enviado por Álvaro Duarte em 01/10/2024
Código do texto: T8164161
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