Caminhos entrelaçados
Em uma dança suave sob o véu da saudade,
Dois corações se encontraram, pulsando em unidade.
Eram risos e olhares, promessas ao luar,
Um amor como tempestade, difícil de domar.
Lágrimas de alegria nos brindes da vida,
Cada instante era eterno, cada palavra, uma ferida.
Na labuta dos dias, construíram castelos,
Sonhos emaranhados, como fios de um novelo.
Mas o tempo, implacável, trouxe a dúvida e o frio,
As cores se apagaram, como o fim de um desafio.
Mudanças de destino, caminhos que se separam,
E nas sombras da memória, ecos que não se calam.
Em um instante cruel, o mundo se virou,
Um novo olhar, um novo amor, a ferida reabriu.
Ver a luz em outra face, um golpe no peito,
Como se o passado, em um instante, fosse desfeito.
E ainda assim, um desejo puro, uma oração silenciosa,
Que a felicidade floresça, mesmo em forma duvidosa.
Pois amar é também libertar, mesmo com dor,
E em cada despedida, resta um pálido sabor.
No silêncio da noite, a esperança resplandece,
Que a vida traga sorrisos, onde o amor se tece.
E entre as folhas caídas, a memória se faz presente,
Como um livro aberto, onde o amor é sempre latente.
Assim, neste palco, onde a vida é um ato,
As emoções se entrelaçam, um eterno relato.
E mesmo na melancolia, a beleza persiste,
Pois amar é um ciclo, e o amor nunca desiste.