Dê-se
Dê-se ao inefável
Ao impetuoso
Ao ardor
Amor
Não é fome
Não é sede
Que sentes
É amor
Dê-se a contar estrelas
Perder a conta
Recomeçar
Sempre que o amor soprar
Dê-se ao negar a si mesmo
A querer ser do outro
Antes de ter o outro
Mesmo que não o tenha
Dê-se a loucura
De abraçar o sol
Beijar a lua
Colher amoras
De-se a sorrisos
Quando chover
E as casas ficarem pingando
Como se saíra do banho
Dê-se a colher
Estrelas frescas
Ainda lambuzadas
De infinito
Porque o amor
Não é barganha
Não é limite
Não é pássaro em gaiolas