Amor platônico
Me surge tão bela miragem no horizonte da alma
Que se insurge contra a catastrófica lembrança que em meu peito carrego
Que faço além de negá-la até ser inevitável
E quando nesta inequívoca inflexão sucumbo ao desajuste que queria evitar
Fujo para seus lábios em sonho
Acordo transbordando a angustia que de mim fez seu seu escravo
Sou eu o desejo do desenlace
Me elevo e me cai tão pesada solidão
Sinto a palpitante ilusão dos segundos incertos
Na ânsia ant-anestésica que vigorosamente me corroí
Quero o que não posso ter
Sofro de um mal chamado amor