Rosa púrpura
Estou largada,
Perdida na sorte que se esgota,
De caminho em caminho,
De vazio em vazio,
De seco em seco.
Entrei no cinema,
E te vi entre as telas,
Teu sorriso fez-se poema,
Enquanto sentada nas cadeiras amarelas.
Sou a rosa púrpura,
Que de tão pura,
Te amou na tela em preto e branco,
Com aquela flor branca
Entre os cabelos.
Tu saíste do cinema,
Saíste dos meus poemas,
Tuas cores se fizeram vivas,
E meus olhos, antes cansados,
Brilharam com tua presença real.
Apresentaste-me o mundo,
Do jeito mais profundo,
Eu ficava deslumbrada,
Com tua forma tão abençoada.
Sou a rosa púrpura,
Que de tão pura,
Te amou em tela de cores reais,
Com corações colossais
Em tua alma.
Sempre te esperei,
Por dentro, por fora das telas,
Todo o amor que te entreguei
Era para alguém de cores vivas.
Eu sou a rosa púrpura,
Que de tão pura,
Tocou em tua mão,
E te amou com o coração,
Com toda aquela imensidão,
Dentro daquela inspiração.