Ao poeta que me habita
Ah, poeta,
Se nossas almas se encontrassem um dia,
antes do sol se por
Parafraseando Florbela: "as horas dos mágicos cansaços"
Não existiria saudade e espaço
pra abrigar tantos desencantos.
E quanto bem eu te faria!
A luz da lua entoaria um canto de amor
de suave poesia, qual a vida de uma flor...
meus beijos seriam o unguento pra sarar a dor que agora sentes
E seríamos um!
Ah, poeta!
meus simples desejos são tecidos com linha de ventos que se perdem.
O tempo é um rio que brinca de correr
E sua fonte sem margem, sem sombra
nunca se esgota
E corre através dos dias
levando embora meus sonhos,
os beijos que imaginei tão doces...
E,na poeira da estrada viram pétalas de saudades
que eu vou recolhendo, guardando e lamentando
as tardes que não mudam.
Tardes sempre tristes,
onde, a dor da solidão resiste,
resiste, resiste...
meu poeta!