Pro futuro nós
Ainda anseio voltar
Para as tardes alaranjadas
Bebendo vinho na sacada
Enquanto escuto Jão
Tocar seu corpo violão
Com meus dedos nus
Sua pele ouro marrom
E o sorriso que seduz
Cozinhar sua comida favorita
Abraçar você desprevenida
Ao som daquela vitrola
Que toca alto Cartola
Beijar sua testa franzida
Concentrada e destemida
Com o velho saca rolha
A bebida de sua escolha
Doce igual sua boca
Deitar naquele chão gelado
Olhando o teto rebaixado
Planejando o futuro inteiro
Mesmo sem ter nenhum dinheiro
Talvez eu goste ainda mais de nós
Desses momentos estando a sós
Poder correr perigo a dois
Saber que não estou mais sozinha