Talvez eu devesse
Talvez eu devesse mapear teu contorno,
Na geografia sensível de meus dedos,
Cartografia de uma silhueta em brumas...
Talvez eu devesse fazer teu esboço,
Na ponta de um lápis HB2 te delinear,
Traçados indeléveis de tua sinuosidade...
Talvez eu devesse te pintar à óleo,
Em uma tela branca de poros finos,
Espalhar a cor em pinceladas morosas...
Talvez eu devesse musicalizar tua essência,
Reger o concerto de tua alma leve,
Afinando cada melodia que emanas...
Talvez eu devesse poetizar teu olhar,
Ofertar a profundidade das letras finas,
Conferindo-te uma existência imortal...
Talvez eu devesse roteirizar teu sorriso,
Torná-lo mote de uma comédia romântica,
Para que nos holofotes brilhes mais...
Talvez eu devesse sussurrar ao universo,
Que uma das estrelas escapou do infinito,
Para humanizar-me nos idos tempos...
Talvez eu devesse somente te amar...