Valsa de Lotte
Era uma noite clara,
De vestes douradas,
Eu, uma alma perdida,
Quando tua mão fez-se a saída.
— Tu queres dançar comigo?
Faz de mim o teu abrigo.
O sol já se punha devagar,
Atrás da montanha a pairar,
Eram passos de uma dama,
Ao lado da represa que chama.
Chama-me de Lotte,
E acende o nosso holofote.
Seguimos a valsa serena,
Com a bênção da donzela,
Lá do céu.
Como te amar?
Sob as estrelas a iluminar.
És tão gracioso a me guiar,
Perdi-me em teu olhar,
Meu coração a transbordar,
No meio de tanto sonhar.
Vamos dançar a melodia alemã,
Até que venha a manhã?
Aceito ser tua companhia,
Até o amanhecer do dia.
Chama-me de Lotte,
E acende o nosso holofote.
A valsa segue tranquila,
Com a bênção da donzela,
Lá do céu.
Entreguei-me à emoção,
Ao verdadeiro pulsar do coração.
De braços abertos, deixei-me levar,
Pelo beijo que vim te dar,
Afogando meus olhos na paixão.
Chama-me de Lotte,
E acende o nosso holofote.
Caminhamos pelo verso,
Nos perdendo no universo.
Chama-me de Lotte,
E acende o nosso holofote.
Essa é a nossa canção,
Que virou poesia e paixão.