AINDA ASSIM
Te tenho,
Mas não te mereço.
Te quero
Mas incontroverso pensar
Que não sou digna do seu amor.
Carne corrompida,
Coração escarnecido,
Corpo dilacerado pelas dores
De amores desfeitos.
Horas a fio de histórias sem fim.
E, ainda assim, me desejas.
Ainda assim, eu te quero.
Com o pulsar das minhas veias,
Com um coração desacreditado,
Que vagava na vastidão
Dos vazios do mundo,
Em ti encontrei o que tanto buscava.
Ainda assim te desejo,
Com a força que me resta,
Das estradas que percorri.
Ainda assim, me permito ser tua amada,
Pois és o último grito
Que ressoa em meu peito,
Capaz de salvar uma alma que padece.
Ainda assim, eu te desejo.
Pois és tu que trazes o ânimo do amor,
Que me faz mais uma vez, respirar.