Ela foi...
Foi amor no gume de uma espada;
Feriu a vida que foi seu deleite…
Essa mulher que nunca foi sonhada,
não é dogma de fé, que se respeite.
Ferida no orgulho e na vida,
acasalou-se em bela mentira;
Estrela cadente no céu perdida,
foi um poema vivendo na lira.
Cantou, cantou e por fim encantou;
Foi mulher tal como a deusa lua,
foi delírio e o poeta pensou,
ser sua musa, porque estava nua.
Brilhou na cama e deu o amor;
Foi um rio de ternura e carinho,
salpicou de estrelas o trovador,
que olhou o céu e viu-se sozinho.
Foi espada cruel que o retalhou.
Os seus poemas, palavras perdidas…
A musa deu-lhe o amor que sonhou;
Seus poemas são apenas feridas.
Ela riu sobre o sangue derramado;
Nos poemas já feridos de morte,
vestiu as brumas do sonho sonhado
e fez-se do poeta… a sua sorte.